Artigo
FOGO AMIGO RÁ TÁ TÁ TÁ...!
POR MILTON ATANAZIO
No
jargão
militar, a frase fogo amigo é utilizada no que tange a aspectos de ataques
aliado a aliado, ou inimigo a inimigo.
Tal expressão eufêmica
ganhou maior reconhecimento, pois nas guerras atuais, em que não existe tanto contato físico com o inimigo, a simples suposição de um alvo faz com que o soldado queira abate-lo, antes que
o inimigo o faça. Isso
é a grande causa de vítimas aliadas em guerras.
Voltemos à nossa realidade civil e nos coloquemos há 13
dias da data marcada para depositar o voto e cumprir o dever cívico de escolher
um candidato, para ser o futuro presidente do Brasil.
Estamos no segundo turno e a exemplo do capitão reformado Bolsonaro, o fogo amigo também atinge a campanha
do representante de Lula, o petista Haddad.
Do lado
do candidato do PSL, o protagonismo inicial foi do Guru econômico do presidenciável, Paulo
Guedes, que defendeu, dias atrás, a recriação de impostos nos
moldes da CPMF. A resposta de Bolsonaro foi imediata, em vídeo postado nas
redes sociais garantindo que, se eleito, não iria aumentar
impostos.
Em seguida, mais uma – O sincericídio
do general Mourão, que é candidato a vice na chapa do PSL, pregou
mais uma peça, quando falava
para uma plateia em Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul sobre subdesenvolvimento do País e da América Latina. Tirou
uma pérola da ostra e cometeu o primeiro sincericídio da temporada. Afirmando
que o Brasil herdou a cultura de privilégios dos ibéricos, a indolência dos
indígenas e a malandragem dos africanos.
A fala do general foi
criticada pelo presidenciável Guilherme Boulos, do PSOL, que também disputava uma
vaga no segundo turno. Na ocasião, o candidato do
PSOL, afirmou que “Bolsonaro e Mourão se merecem. Quando
o preconceito se junta com a estupidez o resultado é esse”, criticou nas redes
sociais.
Já Bolsonaro se
desvencilhou da declaração de seu vice. “Ele que explique para vocês, se é que ele falou. Eu não tenho nada a ver
com isso”, disse na ocasião.
Novamente o vice –
Agora, em um compromisso de campanha, na cidade gaúcha de Uruguaiana,
numa palestra para lojistas o mesmo general Mourão, tirou outra pérola da ostra e cometeu o seu segundo sincericídio –
Desta feita, classificando o décimo-terceiro e as
férias como “jabuticabas brasileiras”. Falou para a plateia “Temos algumas
jabuticabas que a gente sabe que é uma mochila nas costas de todo empresário.
Jabuticabas brasileiras: 13º Salário. Se a gente
arrecada 12 [meses], como é que nós pagamos 13º? É complicado. E é
o único lugar onde a
pessoa entra em férias e ganha mais. São coisas nossas, a
legislação
que está aí, é sempre aquela visão dita social, mas
com o chapéu dos outros, não é com o chapéu do governo”.
Com a polêmica acesa,
Bolsonaro correu às redes sociais para borrifar saliva nas labaredas: ''O 13°
salário do trabalhador está previsto no art. 7° da Constituição em capítulo das cláusulas pétreas (não passível de ser suprimido sequer por proposta de
emenda à Constituição) ”, escreveu o capitão, antes de chutar a
canela do seu vice: “Criticá-lo, além de uma ofensa a
quem trabalha (sic), confessa desconhecer a Constituição''.
No outro Front,
o estrago não
é pequeno para o Lulopetista Haddad, que vem
assistindo à divulgação dos resultados das pesquisas eleitorais de
segundo turno, minguarem ladeira abaixo, principalmente em São Paulo, sua cidade
natal.
A campanha do petista
também sofre com declarações polêmicas de membros do
partido. Gleisi Hoffman, presidente do partido e agora, após o primeiro turno,
eleita deputada federal, pelo Estado do Paraná, fez declaração controversa e
defende o indulto para Lula após eventual vitória de Haddad.
O ex-ministro José
Dirceu disse em entrevista ao jornal El País que era questão de tempo para o PT
tomar o poder. Dois dias depois, em outra entrevista polêmica, o ex-ministro petista defendeu a retirada
de poderes do Ministério Público e do Supremo Tribunal Federal (STF).
Dirigentes do partido repreenderam o ex-ministro e o próprio Haddad rebateu.
“Dirceu não
participa da minha campanha nem participará do meu governo. Eu
discordo dele”, contesta.
Outro tema que pode
ter influenciado negativamente a campanha seria a convocação de uma
Constituinte, incluída na campanha
petista e que foi criticada pelo candidato do PDT, Ciro Gomes. Ele criticou
Haddad durante o último debate na TV, no primeiro turno, afirmando que não é prerrogativa do presidente da República convocar Constituinte. Haddad já voltou
atrás e mudou o discurso.
Agora no segundo
turno, Boulos pede voto para Haddad. E vem aprontando mais uma. Em recente manifestação do MTST, na Avenida
Paulista, no dia 10 de outubro, incitou a invasão à casa de Bolsonaro. Em ato na avenida Paulista, o
líder do MTST disse que “o movimento ocupa terrenos improdutivos e a casa do
Bolsonaro não
parece muito produtiva”, afirma. Fogo amigo
para Haddad.
Sentimos no ar, que não vão parar por aí. Nos
dois fronts,
o fogo amigo vai continuar.
*Milton
Atanazio é jornalista, comunicador, árbitro judicial, consultor diplomático,
cônsul honorário da Bielorrússia, editor da Revista VOX e Publisher da
BrazilianNEWS www.foconapolitica.com
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